Dª Bina Horowitz, a Conciliadora

Depois de 50 anos morando nos Estados Unidos, Dª Bina Horowitz, uma senhora judia, finalmente cedeu aos argumentos dos filhos e netos e decidiu pedir a cidadania americana.

Logo que recebeu os documentos ela registrou-se para votar e, não demorou muito, foi convocada pela Justiça para coordenar os jurados num caso rumoroso.

A pequena cidade onde moravam tinha sido abalada por um crime passional: um marido, ao flagrar a esposa com o amante, atirou em ambos, matando o homem e ferindo gravemente a mulher.

Filhos e netos ficaram orgulhosos pela escolha, porque na família ela era conhecida pelo espírito conciliador e a capacidade de convencimento, sempre pronta a aparar arestas e evitar conflitos. 

O conselho mais comum que Dª Bina dava aos filhos era “cuidem dos assuntos de vocês, não se metam com a vida dos outros”. Todos tinham certeza, enfim, de que essas características seriam valiosas no julgamento.

A opinião pública estava dividida acerca da punição. As conversas em todos os lugares da cidade não tinham outro assunto e o que mais se falava era na dificuldade que o júri teria para decidir.


Em razão disso no dia do julgamento a sala do Tribunal ficou lotada. A sessão se estendeu por horas a fio e os advogados de defesa e acusação chamaram muitas testemunhas, esgotando argumentos para convencer o júri.


O tempo foi passando e a tensão do público cresceu, chegando ao ápice quando os jurados retornaram da sala onde tinham ido deliberar.


Finalmente chegou o momento tão esperado.


O Juiz que presidia a sessão dirigiu-se a Dª Bina e fez a pergunta de praxe:

– “Os senhores jurados chegaram a um veredicto?
– “Sim, Meritíssimo, chegamos” – respondeu ela.
– “E qual é?” – disse ele.
O Tribunal ficou em silêncio e Dª Bina respondeu:
– “Nós decidimos que não vamos nos intrometer”.

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Foto: Ekaterina Bolovtsova – Pexels

 

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