Israel: O Milagre Que Insiste em Viver

Em meio às manchetes sobre tensão, ataques e diplomacia em frangalhos, uma outra realidade insiste em se manter viva em Israel: a de um país cercado por inimigos que desejam sua extinção — e que, mesmo assim, não deixa de oferecer ao mundo o que de melhor pode existir em tecnologia, ciência e artes.

Não é preciso ser religioso para perceber que há algo de inexplicável na sobrevivência cotidiana de uma nação permanentemente ameaçada. O que talvez poucos compreendam é que Israel é, em si, um milagre. Um milagre nascido das cinzas do Holocausto. Um milagre que floresceu no deserto. Um milagre que resiste, renasce e responde com ciência, arte, tecnologia — e alma.

É impossível, para qualquer judeu, mesmo longe de Israel, não se comover diante de cada nova ameaça ao país. Cada míssil lançado sobre Tel Aviv, cada túnel descoberto em Gaza, cada explosão nas ruas de Jerusalém reverbera no coração de quem carrega a memória de seus avós expulsos, perseguidos, silenciados.

Israel não é perfeito. Tem seus conflitos internos, tensões políticas, desigualdades e desafios imensos. Mas é o único lugar no mundo onde um povo que quase foi varrido da Terra tem a chance de escrever sua história com a própria mão.

Aqui mesmo, na Curitiba que acolheu generosamente meu avô em 1913 — e onde meu pai nasceu em 1923 — temos assistido, estarrecidos, manifestações em que se grita o slogan: “Do rio ao mar, a Palestina será livre” (“From the river to the sea, Palestine will be free”). Um canto que, muitos ignoram, não propõe coexistência alguma, mas sim a eliminação do Estado de Israel. Do rio Jordão ao mar Mediterrâneo… não sobra espaço para um Estado judeu. Não é um grito de paz. É um grito de apagamento. De extinção. De um novo Holocausto.

Apropriaram-se da palavra genocídio sem nem mesmo conhecer sua etimologia. E não é só isso: silenciaram-se no dia 7 de outubro, quando o mundo testemunhou um massacre brutal contra civis israelenses. Mais doloroso ainda é perceber que essas mesmas vozes falharam em demonstrar o mínimo de empatia pelas famílias judias assassinadas, pelas mulheres estupradas, por grávidas cujos ventres foram rasgados e seus bebês extirpados com elas ainda vivas, por crianças sequestradas — como se a dor dos judeus fosse menor. Ou invisível.

Isso se torna ainda mais revoltante quando vemos políticos usando o keffiyeh (o xale palestino) ao pescoço e que, como tantos outros manifestantes, também se calaram naquele 7 de outubro — quando não por solidariedade, pelo menos por respeito a seus eleitores judeus.

Ignoram, ainda, que 20% da população de Israel é formada por árabes israelenses — que vivem com direitos civis plenos, têm representantes no Parlamento e compartilham o espaço com judeus, drusos, cristãos e tantas outras minorias.

Israel não é o problema.
Israel é a resposta.
Am Israel Chai! (*)

(*) Am Israel Chai! – “O povo de Israel vive” – frase curta, mas carregada de simbolismo, usada para afirmar a sobrevivência, resistência e continuidade do povo judeu ao longo da história, apesar das perseguições, expulsões, massacres, e do Holocausto.


Foto de Cole Keister na Unsplash

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