Jaime e Fani Lerner: na Maçonaria, o Reconhecimento Que Perdura

Na última sexta-feira, 28 de março, tive o honroso privilégio de representar a querida Ilana Lerner Hoffman na homenagem feita aos seus pais, Jaime e Fani Lerner, pelo Grande Oriente do Brasil – Paraná. A data marcou o primeiro aniversário de fundação da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Jaime Lerner nº 4843 e a oficialização da Fraternidade Feminina Fani Lerner.

O natural seria que a própria Ilana estivesse lá. Porém, quando o evento foi programado, ela, como dirigente do Instituto Jaime Lerner, já havia confirmado presença na 14ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, exatamente na mesma data e horário. Para quem teve o privilégio de desfrutar da amizade do casal e, modestamente, ter colaborado com eles, poucas coisas poderiam trazer maior honra.

O evento reuniu as mais expressivas autoridades do Grande Oriente do Brasil – Paraná, e seria impossível relacionar todos. Quero destacar a presença do Dr. João Darcy Ruggeri, Grão-Mestre de Honra do GOB-PR, que conheci no longínquo ano de 1992, quando, como chefe de gabinete do então prefeito, tive o prazer de recebê-lo e dar início ao encaminhamento do pedido de cessão, em comodato, da área onde hoje está edificada a sede do GOB-PR. O Dr. João Darcy, prestes a completar 101 anos, nos brindou com um discurso memorável, recheado de lembranças de sua vida profissional e dos muitos anos dedicados à Maçonaria, sendo aplaudido de pé por toda a assistência.

Lá estavam também o meu fraterno amigo Luís Mário Luchetta, Grão-Mestre de Honra e atual assessor de Relações Institucionais Governamentais, e sua esposa, a querida Regina Luchetta, presidente de honra da Fraternidade Feminina, além de muitas outras autoridades maçônicas.

Na fala de agradecimento, mostrei a total convergência de propósitos da Maçonaria com o trabalho do casal Jaime e Fani. A Maçonaria visa ao aperfeiçoamento moral e intelectual de seus membros, colocando o conhecimento como ferramenta para a construção de um mundo melhor e, através de seus rituais e estudos, transmite valores como tolerância, ética e justiça. Por seu turno, Jaime e sua incansável e sempre presente companheira de vida e de trabalho, a querida Fani, defendiam o acesso à educação, à saúde, ao trabalho digno, ao lazer e à cultura como pilares do desenvolvimento urbano.

Ele, arquiteto e urbanista, via a cidade como um espaço de aprendizado, transformação e melhoria da vida, buscando incessantemente soluções inovadoras, promovendo o desenvolvimento sustentável e, muito especialmente, a inclusão social. Ela, generosa e sensível, fez acontecer programas como “Da Rua para a Escola”, que reintegrou 80 mil crianças à educação, e “Protegendo a Vida”, que reduziu a mortalidade infantil em 35%, mostrando seu compromisso com a equidade e os direitos básicos.

Fani não apenas acompanhou Jaime em sua trajetória, mas trabalhou com ele, lado a lado, ampliando o impacto de suas ideias e levando esperança a milhares de mulheres. Jaime transformava cidades, Fani transformava vidas. Com sensibilidade e dedicação, ela esteve à frente de projetos como o Vale-Creche e a Super-Sopa, iniciativas que garantiram mais dignidade a tantas famílias. Como reconhecimento de sua atuação nas áreas da infância, educação e cidadania, ela foi homenageada com o lançamento oficial da “Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul Fani Lerner”, a 62ª do Paraná.

Pelo protagonismo das mulheres no Grande Oriente do Brasil, a homenagem é extremamente adequada, uma vez que elas atuam na área filantrópica e social, com projetos relevantes e de impacto na sociedade. Assim como os maçons, elas, nas chamadas “FraFem”, promovem os deveres básicos relacionados ao amor à família, à fidelidade e devotamento à pátria, à obediência à lei e à dedicação à comunidade.

Por isso, enfatizei que, ao homenagear Fani com a instalação de uma Fraternidade Feminina com seu nome, o GOB-PR nos permite celebrar a parceria inspiradora do casal, que uniu urbanismo e compromisso social, inovação e solidariedade. A homenagem não poderia ser mais apropriada.

Os nomes de Jaime e Fani, associados a uma loja maçônica e a uma Fraternidade Feminina, reforçam a ideia de que construir um mundo melhor é um dever compartilhado. Que suas memórias continuem a inspirar todos os que, como eles, acreditam que a transformação começa com pequenas ações e grandes ideias.

 

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