Moisés e Salomão discutiam acaloradamente no meio da rua, na aldeia onde moravam.
Os gritos eram altos e parecia que a qualquer momento iriam partir para a agressão mútua, o que chamou a atenção do Rabino, que passava por ali.
O velho religioso parou, pediu que se acalmassem e perguntou o que estava acontecendo.
Era uma disputa por negócios e o Rabino, após ouvir a ambos, coçando a barba, falou:
– “É uma questão complicada, mas se vocês comprometerem-se a aceitar meu veredito, vou passar o resto do dia pensando nela e amanhã sem falta vou à casa do que estiver errado para pedir que vá à casa do outro para pedir desculpas”.
Moisés e Salomão concordaram porque confiavam na sabedoria do Rabino, que era a autoridade que decidia sobre tais questões.
No dia seguinte, como prometido, o religioso foi até a casa de Moisés e o orientou para que fosse pedir desculpas ao outro.
Mal o Rabino saiu da casa de Moisés, a notícia se espalhou pela aldeia.
Quando Salomão ficou sabendo, chamou os parentes e vizinhos para que todos vissem com seus próprios olhos o momento em que Moisés iria aceitar a derrota.
Passaram-se algumas horas até que finalmente bateram à porta.
Salomão resolveu esperar, saboreando a vitória.
Só quando bateram pela terceira vez ele caminhou lenta e majestosamente em direção à porta.
Abriu-a e lá estava Moisés, que falou:
– Aqui é a casa do Jacó?”
Surpreso e sem entender o que estava acontecendo, Salomão respondeu:
– “Jacó? Não, ele não mora aqui!”
E Moisés, virando para ir embora, disse:
– “Então desculpe”.