Aron, um judeu de meia idade, solteiro e bem-sucedido corretor na Bolsa de NY, decidiu abandonar a carreira e mudar de vida.
Vendeu todo o patrimônio, doou os valores para a caridade e foi para o Tibet, decidido a entrar numa ordem monástica.
Chegando lá, foi recebido pelo Superior do Mosteiro, ao qual contou sua história e as razões que o levaram a fazer uma mudança tão radical.
Após ouvi-lo, o Monge disse:
– “Acho difícil uma pessoa como o senhor se adaptar a nossa vida. Além do voto de silêncio que todos fazem, a rotina é difícil; acordamos as 4h para orar e meditar, nossa alimentação é frugal…”
E Aron o interrompeu:
– “Não se preocupe. Eu pesquisei muito antes de vir e este Monastério é o que me serve.”
Vendo que a decisão já estava tomada, o religioso completou:
– “Seja bem-vindo, então. Antes de levá-lo à sua cela, quero que saiba que o senhor poderá dizer duas palavras a cada 10 anos.”
E assim foi.
O novo Monge adaptou-se à nova vida, os anos passaram, e um dia ele foi chamado pelo Superior:
– “Devo dizer que estou surpreso. Não imaginava que o senhor fosse aguentar. Hoje está fazendo 10 anos de sua chegada. Pode então dizer suas duas palavras.”
Aron falou:
– “Comida ruim.”
O Monge meditou um pouco e respondeu:
– “Pode juntar-se aos demais.”
Mais uma década se passou. O Superior chamou Aron e novamente o autorizou a proferir as duas palavras:
– “Cama dura” – foi a resposta.
O Monge meneou a cabeça, como se tivesse ficado perturbado com o que ouviu, e Aron retornou ao seu cubículo.
Os anos foram correndo e nesse ínterim o Superior, já bem idoso, adoeceu.
Prestes a morrer, escolheu aquele que deveria sucedê-lo e lhe repassou toda a orientação, para que a rotina do Mosteiro não fosse alterada.
No dia em que Aron estava completando 30 anos no Monastério, foi convocado pelo novo Superior, que lhe deu a orientação já conhecida:
– “O senhor está completando mais um período de 10 anos, pode dizer suas duas palavras.”
Sem pensar, Aron disse:
– “Vou embora.”
E o Monge respondeu:
– “Eu já esperava por isso. Sua fama aqui dentro é de um criador de caso.”
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2 thoughts on “O Judeu no Mosteiro”
Genial…coisa de judeu não conformado em ter nascido judeu!
Otima e profunda!