“Quando a cabeça não lembra, o corpo padece.”
Para mim, o provérbio popular da infância revelou-se verdadeiro já há alguns anos. Quando eu o ouvia – dito “pelas autoridades superiores” -, vinha quase sempre acompanhado de um “viu só? Eu não te disse para não fazer isso?”.
Se você já passou dos 60 (ou dos 70 quase-chegando-nos-80 como é o meu caso) e ainda não apresentou aqueles lapsos de memória sobre os quais a gente costuma ler – ou fazer piada -, considere-se um afortunado.
Estou às vésperas dos 78, mas percebo há tempos que minha memória anda brincando comigo. Nada grave – ainda lembro o caminho de casa e o nome dos filhos (ainda que os troque com frequência…) -, mas confesso que o desconforto iniciou quando comecei a entrar num cômodo e esquecer o que tinha ido fazer ali.
E as peças pregadas pela memória são sempre as clássicas das piadas: abrir a geladeira e descobrir que não era sede, era esquecimento mesmo; procurar a chave (ou o controle remoto) que está na mão; ou parar na escada sem lembrar se estava subindo ou descendo.
Dizem que isso acontece com todo mundo depois dos 60. Nada grave, claro – aos setenta e tantos, já faz parte do pacote.
Foi justamente num desses momentos que me lembrei (milagre!) de um texto que publiquei há alguns anos – e que, ironicamente, está mais atual do que nunca. Ele fala sobre como evitar o esquecimento. O artigo foi publicado pelo site Aleteia em abril de 2019 e trata de um hábito simples capaz de manter nossa mente mais afiada: escrever à mão.
“O pequeno hábito que vai deixar sua mente mais afiada
Em algum momento nos últimos anos, percebi que meu cérebro estava ficando confuso. Não confuso de um modo médico preocupante, apenas muito menos afiado do que costumava ser. Eu tinha alguns momentos de clareza em um dia ou semana que me faziam perceber o quão confuso meu pensamento era o resto do tempo.
E eu queria mudar isso. Queria tomar melhores decisões e lembrar de todas as coisas que preciso comprar na mercearia. Queria ser capaz de me concentrar melhor e ter mais clareza no meu dia. Queria conseguir tornar meu ponto de vista mais claro para as pessoas. E quanto mais eu trabalho em minha mente agora – estudos mostram isso -, mais claramente posso pensar no futuro.
Então, há uma pequena coisa que comecei a fazer e que ajudou muito: descobrir o poder de escrever as coisas. Não estou falando apenas de anotar no celular, mas de pegar uma caneta e papel e escrever à mão o que quero dizer e lembrar.
Escrever nos ajuda com o que os pesquisadores chamam de “efeito de geração” – quando processamos e produzimos informações por conta própria, tendemos a retê-las melhor do que apenas lendo-as.
Se você quiser experimentar, aqui estão algumas coisas que achei útil escrever para manter a mente afiada:
Cartas – correio tradicional
O tipo de carta que você coloca no papel e envia com um selo. Isso não apenas ajuda a lembrar o que compartilhar da sua semana ou mês, mas faz com que quem a recebe se sinta amado e motivado a responder.
Listas de prós e contras
Vai tomar uma decisão? Pense em algo grande? Anote o que está passando pela cabeça. Inclua os possíveis resultados – bons e ruins – da decisão em questão.
As pequenas coisas
Listas de compras, cartões de aniversário, anotações de reuniões, conferências ou palestras. Escreva sua agenda semanal em um caderno de papel. Pendure um calendário na parede para registrar seus compromissos.
Suas emoções
Se estiver passando por um momento difícil, isso é especialmente útil. Processar aborrecimentos, mágoa, raiva ou tristeza por meio da escrita é terapêutico. Mas não se limite às emoções negativas: registre também as coisas boas do dia, por menores que sejam.
Mantenha um diário de gratidão e releia-o no fim de cada ano.
Observações de saúde
Quer perder ou ganhar peso? Quer acompanhar o que come ou como se sente depois das refeições? Anote. Ter um registro visual do que realmente fez ajuda a mudar hábitos e revela informações preciosas.
Não apenas escrever as coisas ajudará a manter sua mente afiada agora e no futuro, mas também lhe dará uma razão para desacelerar um pouco todos os dias. Isso faz com que você passe mais tempo fazendo algo concreto — em vez de digitar sem parar — e pratique disciplina e foco em um mundo repleto de distrações e multitarefas.”
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Foto: Unsplash


One thought on “Para Quem, Como Eu, Começa a Ficar “Esquecidinho””
Muito obrigado, algumas coisas ja faço, porem tenho que me aperfeiçoar, abracos primo querido