Sexta do Humor e da Cultura Judaica – Samuel Levy e o Índio de Boa Memória

Samuel Levy e o Índio de Boa Memória

Na década de 1950, Samuel Levy, jornalista recém-formado, conseguiu seu primeiro emprego em um jornal de Nova York. Poucos dias após começar a trabalhar, foi designado para uma reportagem fora da cidade. A informação trazida à redação dizia que, no Novo México, vivia um índio já idoso, dono de memória prodigiosa. Segundo os relatos, era capaz de lembrar fatos e histórias com seus mínimos detalhes, falava de pessoas que conhecera quando menino e era também um extraordinário fisionomista. Costumava passar o dia na estação de trem de uma cidadezinha, onde era algo como uma atração turística.

Samuel ficou animado com o que acreditava ser seu verdadeiro batismo como repórter. Como iniciante na profissão, sonhava com a fama que poderia alcançar já com sua primeira grande matéria. Após três dias de viagem, chegou à pequena estação, onde foi fácil identificar o personagem: o homem estava acocorado na plataforma de desembarque, vestido com as roupas características dos comanches da região.

O jovem jornalista se apresentou, explicou o motivo da visita e começou a entrevista, perguntando sobre a infância e a história de vida do índio. À medida que a conversa avançava, Samuel sentia-se inquieto, com a sensação de que não apenas estava diante de um impostor, como também havia sido vítima de uma armadilha do chefe de redação — uma espécie de batismo de fogo.

Apesar de inexperiente, sabia que a maior parte dos fatos relatados pelo índio era de difícil comprovação e temia que a reportagem ficasse inconsistente e acabasse não sendo publicada. Ao final, antes de se despedir — e já em tom de brincadeira — fez uma última pergunta:

— O que o senhor comeu há vinte anos, neste mesmo dia?

— Ovos — respondeu o velho índio.

Como a conversa fora breve, o repórter novato aproveitou o mesmo trem que o levara e voltou a Nova York. Chegando ao jornal, entregou a matéria que, para sua surpresa, foi publicada. Samuel acabou fazendo sucesso na carreira e tornou-se um jornalista renomado.

Um dia, às vésperas da aposentadoria e decidido a reviver os episódios do início da profissão, resolveu voltar ao local da sua primeira reportagem — uma espécie de grand finale. Para maior autenticidade, pegou o trem e seguiu para a mesma cidade, exatamente como havia feito décadas antes. Ao desembarcar, ficou surpreso: o índio estava ali, no mesmo lugar, agachado exatamente do mesmo jeito.

Afinal, Samuel o considerava morto, já que, na época da entrevista, o índio já era bastante idoso. O velho comanche sorriu ao reconhecer o jornalista. O espanto foi tão grande que Samuel não conteve a exclamação:

— Mas… como?

E o já centenário índio respondeu:

— Fritos.

Uma Pérola da Sabedoria Judaica
— “Não cuspa no poço; pode ser que você tenha que beber mais tarde.” 

Frases dos Melhores Humoristas Judeus
Rita Rudner (Miami, 17/9/1953)
— “Eu ia fazer uma cirurgia plástica, até ver que as paredes do consultório do médico estavam cheias de quadros do Picasso.”

As Terríveis Pragas Judaicas
— “Que você tenha muito dinheiro, mas seja o único rico em uma família pobre.”

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