A Comunicação nos Tempos dos Rádios de Bateria
Já escrevi no HojePR sobre o período em que administrei a antiga Fazenda Guavirova, que a família Guelmann possuía no município de Ponta Grossa, onde executei um projeto de florestamento de um milhão e seiscentas mil árvores. Também já contei o “causo” da desastrada ida do Compadre Olegário à Palmeira, cidade próxima – história que você poderá ler seguindo o link no final desta postagem – com garantia de uma ótima gargalhada ao final.
Foram quase dez anos de convivência com uma gente simples e maravilhosa, um período que acrescentou muito à minha vida e me marcou para sempre. Lembrar aquela época emociona e aquece o coração. Alguns fatos eu presenciei; outros são histórias ouvidas naquele tempo. A de hoje é bem representativa da ingenuidade e do humor do povo puro e humilde.
Ponta Grossa possuía uma infinidade de propriedades rurais espalhadas por toda a extensão do município. Algumas eram fazendas de grande produção agrícola ou de pecuária; outras, sítios e chácaras menores. No geral, não se via área de terra que não estivesse ocupada.
Eram tempos sem telefonia fixa nessas regiões e, claro, nem se falava em telefone celular. A escassez de comunicação era suprida de forma muito criativa, prática adotada em diversas regiões do país que viviam situação semelhante: a transmissão de recados pelas emissoras de rádio, que reservavam espaços específicos em sua programação para esse fim.
Ainda não existia FM, mas as rádios em AM tinham ótimo alcance. Vale lembrar que, na maioria desses locais, também não havia energia elétrica. Os aparelhos de rádio funcionavam com baterias de automóveis, que, de tempos em tempos, eram levadas à cidade para recarga. Propriedades mais estruturadas dispunham de pequenos geradores eólicos – os famosos cataventos – que permitiam o uso contínuo dos rádios.
Mínimas Que São O Máximo
“Para quem só tem um martelo, todo problema parece um prego”
– adaptação do conceito popularizado pelo psicólogo Abraham Maslow em 1966: “Suponho que seja tentador, se a única ferramenta que você tem é um martelo, tratar tudo como se fosse um prego.”
Para ler sobre a ida do Compadre Olegário à Palmeira, clique aqui.

Imagem gerada por I.A.

