Dia 4 de agosto, em plena pandemia, o Líbano e o mundo foram sacudidos pela violenta explosão no porto de Beirute, que causou 202 mortes e deixou milhões de dólares em prejuízos.
Naquela oportunidade o governo brasileiro apressou-se em enviar uma missão de apoio ao país, chefiada pelo ex-presidente Michel Temer, descendente de libaneses.
Ainda que a comitiva tenha levado diversos itens necessários ao atendimento emergencial da população, a maior doação prometida ao Líbano, 4 mil toneladas de arroz, ainda não saiu do Brasil, como relata matéria publicada hoje pelo portal UOL.
Esse é um retrato da ineficiência de algumas áreas do governo, a mesma que permite que testes para Covid-19 corram o risco de perder a validade nas prateleiras do Ministério da Saúde.
A reportagem do UOL lista uma série de entraves que impediram o embarque do arroz doado ao Líbano, citando tratativas do Itamaraty com órgãos da ONU.
Enquanto isso, como a iniciativa privada corre rápida e a burocracia patina, empresários brasileiros reuniram R$ 1,2 milhão para ajudar na reconstrução de hospitais da região.
Detalhe preocupante é que o arroz já está estocado há mais de 3 meses e as previsões mais otimistas dizem que há possibilidade de o arroz ser embarcado em dezembro ou janeiro – sem confirmação.
Para finalizar e comprovar que não adianta apenas boa vontade, dia 15/8 o site oficial do governo, ao publicar matéria sobre a viagem da missão humanitária, publicou o seguinte:
– ” o transporte do material, viabilizado por meio do Ministério da Saúde e da comunidade libanesa no Brasil, foi feito pelos aviões KC-390 Millennium e o VC-2 (Embraer 190), ambos de Força Aérea Brasileira. Outras quatro toneladas de arroz foram enviadas por meio marítimo e chegarão nos próximos dias à capital Beirute.”
O site ainda está no ar e pode ser acessado aqui.
2 thoughts on “A Explosão em Beirute e o Arroz do Brasil”
Democracia é o melhor regime que conseguimos até agora. A nossa custa muito caro ao povo, mas o ditado popular diz: Dos males o menor.
A democracia é o melhor, mas custa caro.