Eduardo Brogiollo e as Crianças no Carro

Uma outra arte do Eduardo Brogiollo, de quem tenho falado bastante aqui, era provocar crianças que estavam nos assentos traseiros dos outros carros.

Eram tempos em que não existiam cintos de segurança e nem o costume de colocar os pequenos em cadeiras, a não ser quando eram bebês, naturalmente. Isso, aliás, nos faz pensar em que como nós mesmos e nossos filhos sobreviveram. mas não vem ao caso.

A tática diabólica dele nunca dava errado: nos semáforos mais demorados ele parava ao lado do automóvel onde havia crianças, deixando que sua janela ficasse na mesma direção dos vidros traseiros do outro carro.

Enquanto os carros estavam parados ele começava a provocar as crianças com caretas e, evidentemente, elas reagiam da mesma forma.

Quando a mãe enxergava pelo retrovisor e via o que estava acontecendo, automaticamente olhava para o motorista do outro carro, ou seja, olhava para ele, Eduardo.

Ai ele tinha seu momento de glória: 
– percebendo que estava sendo observado, meneava a cabeça e fazia cara de desagrado, como se estivesse censurando a má educação e o comportamento inadequado das crianças.

Dizia ele que não raras vezes a mãe virava um tapa nas crianças.

Nos dias de hoje isso daria um B.O. com o Conselho Tutelar, no mínimo.

Esse era o Eduardo Brogiollo.

 

 

 

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