Era Para Ser Um Domingo Qualquer

Dia 7 de fevereiro de 1965, também um domingo, 56 anos passados.

Meu pai, Isaac, estava com 41 anos. Completaria 42 naquele mesmo mês.
Minha mãe, Selda, tinha 39 e em poucos dias faria 40.
Gisele, uma de minhas irmãs, completaria 12 em março.
Gilce, a caçula dos 5 irmãos, faria 9 em maio.

Todos com muita vida pela frente.

Era para ser um domingo como qualquer outro, mas não foi.

Nesse dia tiveram as vidas ceifadas num acidente pavoroso, que reduziu nossa família de 7 para 3 pessoas.

Gilberto, o irmão mais velho, faria 19 anos logo depois; eu tinha 17 e o Gilson, que era o do meio, estava com 13.

Sempre soube que uma pessoa não está morta enquanto houver alguém que a mantenha viva dentro de si.

Muitos familiares e amigos ainda os têm na memória e por isso todos os anos faço essa lembrança.

“Tenho, do passado, somente saudades de pessoas idas, a quem amei; mas não é saudade do tempo em que as amei, mas a saudade delas; queria-as vivas hoje, e com a idade que hoje tivessem, se até hoje tivessem vivido.” .

Fernando Pessoa, Carta a João Gaspar Simões – 11 Dez. 1931


Gilce Guelmann, nascida em 16/05/1956;
Gisele Guelmann, nascida em 19/03/1953;
Selda Guelmann, nascida em 16/02/1925; e
Isaac Guelmann, nascido em 19/02/1923. 

(Foto tirada no final de 1964)

2 thoughts on “Era Para Ser Um Domingo Qualquer

  • lupercio

    Coincidentemente meu pai era Isaac e fazia jus ao nome, era risonho. Quanto mais o tempo passa, mais a saudade aumenta. Com você foi mais difícil. Hashem nos consolará.

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    • Gerson Guelmann

      Amém!

      Responder

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