Max Wolf Filho
∗ Rio Negro/PR, 29/7/1911
† Biscaia, Itália, 12/4/1945
“Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.”
(Trecho da Canção do Expedicionário, de Guilherme de Almeida)
Neste 5 de Maio comemora-se o Dia do Expedicionário, data que infelizmente não tem o destaque que merece.
O papel de nossos Pracinhas foi muito importante no contexto do término da 2ª Guerra Mundial, quando as tropas da Alemanha nazista na Itália renderam-se à Força Expedicionária Brasileira.
O Brasil enviou para a frente de guerra mais de 25 mil soldados e sofreu 500 mortes. O Paraná têm no Sargento Max Wolf Filho uma referência de arrojo e heroísmo, ele que morreu aos 33 anos, em 12 de abril de 1945, na cidade de Biscaia.
Quando escuto ou leio sobre os Expedicionários, lembro do que aconteceu em 1970 quando o Brasil conquistou o tricampeonato mundial de futebol no México:
– Paulo Maluf, então Prefeito de São Paulo, resolveu presentear cada jogador com um “fusca”. A generosidade dele foi objeto de Ação Popular movida por um advogado revoltado, mas, é claro, o Maluf jamais precisou ressarcir os cofres públicos.
O absurdo do político causou revolta em boa parte da população brasileira, e aí houve uma manifestação que jamais esqueci:
– um dos Pracinhas lembrou que quando a tropa desembarcou do navio na volta da Itália, 25 anos antes, cada soldado ganhou um pacote de cigarros e um de biscoitos.
Para marcar com o devido respeito o Dia do Expedicionário, compartilho o vídeo de crianças da cidade de Montese, na Itália, cantando a Canção do Expedicionário nas comemorações dos 70 anos do fim da guerra, em 2015.
A cidade foi tomada pelos aliados em 14 de abril de 1945, ao custo da vida de 60 soldados brasileiros e 189 civis. Das 1.121 casas da cidade, 833 foram destruídas.
A bravura dos nossos Pracinhas foi reconhecida pelo general americano Willis Crittenberger, que declarou:
– ”Na jornada de ontem só os brasileiros mereceram minhas irrestritas congratulações, com o brilho de seu feito e seu espírito ofensivo. A divisão brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”.
As crianças de Montese desde cedo aprendem a Canção do Expedicionário, que costumam cantar dia da comemoração do término da II Guerra Mundial, no Monumento Brasil na Piazza Brasile, numa clara demonstração de reconhecimento ao heroísmo dos brasileiros que libertaram a cidade dos nazistas.
Há relatos de que os soldados brasileiros doaram sua própria comida aos habitantes, que passavam fome.
2 thoughts on “Expedicionário ou Jogador de Futebol: Quem é Mais Importante?”
Excelente texto, capaz de fazer um mix dos sentimentos de orgulho oriundo dos bravos expedicionários com a revolta consequente das decisões de alguns políticos.
Cabe ressaltar, não importa quantas vezes já foi visto, mas ver as crianças cantando a canção do expedicionário é de arrepiar….