O texto abaixo está circulando há algumas semanas como se fosse recente, o que não é correto.
De toda forma isso é irrelevante, o que importa é o conteúdo, que permanece atual.
Na internet a referência mais antiga que encontrei é de 2014, o que faz sentido, considerando que o destinatário da carta, o então Ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, deixou o cargo em julho de 2014.
Naquela mesma época Wlliam Hague fez um pronunciamento alertando Israel quanto ao fato de que, se enviasse tropas a Gaza para enfrentar o Hamas, “arriscaria perder a simpatia da comunidade internacional”.
Mindy Wiesenberger, uma judia da Grã-Bretanha, enviou uma resposta à Hague, carta que acabou sendo publicada em muitos jornais, incluindo o Times of Israel.
Esse é o texto da correspondência:
“Caro Sr. Hague,
Você afirmou que se Israel tentar defender sua população através de uma ofensiva terrestre em Gaza, corre o risco de perder a simpatia da comunidade internacional.
Deixe-me dizer algo sobre a simpatia da comunidade internacional, Hague. Meu pai foi libertado do campo de concentração de Buchenwald em 1945, tendo perdido toda a sua família, mas conquistando a simpatia da comunidade internacional na época.
Depois de 6 milhões de judeus terem sido aniquilados nas mãos do regime nazista, a comunidade internacional tinha muita simpatia pelo povo judeu. Há sempre muita simpatia pelas vítimas.
Israel não precisa da simpatia da comunidade internacional. O que ele precisa é defender seus cidadãos.
Quando um pequeno país conquistou sua independência em 1948, precisou absorver 800.000 judeus que foram expulsos das terras árabes no Oriente Médio, e o fez sem confusão e com dignidade, dando-lhes abrigo e um local de segurança em que seus filhos poderiam crescer e se tornar cidadãos produtivos. Quando a Jordânia, o Egito, o Líbano e a Síria tentaram destruir Israel em 1948 e novamente em 1967, eles capturaram centenas de milhares de árabes palestinos, mas eles lhes deram dignidade ou abrigo? Não, eles os deixaram apodrecer nos campos de refugiados, a fim de manter um símbolo de queixa contra Israel e usá-los como uma ferramenta política contra o Estado judeu. O que surgiu nesses campos é uma situação complicada, mas é o que levou ao que Gaza é hoje.
Portanto, não faça uma palestra a Israel sobre a simpatia internacional de Hague. Não quando Israel acaba de enviar 120 cargas de caminhão para Gaza para alimentar o povo palestino, porque sua própria liderança está mais interessada em usar sua população como escudos humanos, lançando foguetes contra Israel de dentro de grandes centros civis.
Não faça uma palestra a Israel sobre simpatia internacional, Sr. Hague. Não quando Israel atinge com tanta precisão militar quanto possível, apenas terroristas e suas bases, tentando ao máximo evitar as vítimas civis.
Não faça uma palestra a Israel sobre simpatia internacional, Sr. Hague. Não quando a mídia palestina usa deliberadamente imagens de vítimas da guerra civil síria e as apresenta como vítimas em Gaza para ganhar simpatia internacional.
Vá ler seus livros de história Sr. Hague, vá ver que desde o começo do século XX todos os árabes queriam destruir Israel.
Vá ver o país de Israel agora desde que os judeus estabeleceram um estado lá.
Vá ler os avanços em ciência, medicina, biotecnologia, agricultura e alta tecnologia desenvolvidos em Israel, conhecimentos esses dedicados à tornar o mundo um lugar melhor para a humanidade. Você poderia imaginar que qualquer outro país, depois de 60 anos continuamente sob ataque, poderia ter alcançado tanto?
Então, Sr. Hague, não ensine Israel sobre a simpatia internacional. Israel fará o que for preciso para se defender do ataque direto a seus cidadãos, seja do Hamas, do Hezbollah, do Irã ou de qualquer outro país ou grupo terrorista que o ataque.
E se perder a simpatia da comunidade internacional, assim seja.
Nós não precisamos da simpatia da comunidade internacional. Nós não precisamos de mais 6 milhões de vítimas.”