Antes do Natal, a família jantava tranquila quando de repente a filha de 11 anos disse:
– “Tenho uma má notícia… Não sou mais Virgem! Sou uma vaca!”
E começou a chorar convulsivamente, cobrindo o rosto com as mãos, envergonhada.
Fez-se um silêncio sepulcral e então toda a família envolveu-se numa discussão, com acusações entre todos. O pai gritou para a mãe:
– “A culpa é tua, que se omite, não dá atenção para a menina e se veste com roupas decotadas, como se fosse uma jovenzinha, toda pintada e provocante. Que exemplo você acha que está dando para ela?”
Ouvindo aquilo, a filha mais velha, de 19 anos, disse para o pai:
– “Isso não é jeito de falar com a minha mãe.”
Foi a deixa para o pai investir contra ela:
– “E você, o que está pensando? Teu jeito de se vestir não é diferente e, pior ainda, fica se esfregando com aquele teu namorado com cara de maconheiro aqui no sofá!”
Nesse momento o filho do meio, de 15 anos, tentou conciliar:
– “Calma, pai, gritar desse jeito não vai resolver nada.”
E aí sobrou para ele também:
– “Ninguém pediu tua opinião, fedelho! Por acaso você acha que tua irmã não sabe o que você fica fazendo fechado por horas naquele banheiro?”
Ouvindo todas as barbaridades que o marido dizia para as crianças, a esposa resolveu revidar e entrou na discussão:
– “Quem você pensa que é para falar isso tudo? Pensa que é uma espécie de santo? Quem gasta metade do salário em noitadas? Pensa que eu e as meninas somos cegas? E além disso, que exemplo você pode dar se desde que assinou a maldita TV a cabo, passa todos os finais de semana assistindo a pornôs de quinta categoria?”
Desconsolada e à beira de um colapso, a mãe, com os olhos cheios de lágrimas e a voz trêmula, pegou ternamente na mão da filhinha e perguntou baixinho:
– “Como foi que isso aconteceu, minha filha?”
E, entre soluços, a menina respondeu:
– “A professora disse que sou muito alta para ser a a Virgem Maria e escolheu a Vanessa. Agora eu vou ser a vaquinha!”


