O Antônio Werpachowski foi um dos primeiros colaboradores do meu avô Salomão e começou a trabalhar com ele antes ainda de 1923, ano em que meu pai nasceu.
Quando o vovô transferiu a fábrica da rua 24 de Maio para o Portão, construiu lá algumas casas para Funcionários, sendo uma delas para o “seu” Antônio, na rua que saia da Av. República Argentina, hoje chamada Salomão Guelmann.
O Antônio era sanfoneiro conhecido por animar as festas e eventos da fábrica em dupla com o filho, que tocava o mesmo instrumento.
Quando eu já trabalhava na indústria, meu tio Moysés organizou uma churrascada na fazenda da família, para receber o presidente do BRDE. Ele chamava-se Jorge Babot Miranda e teve longa carreira nessa área, tendo sido presidente do Banco da Amazônia e do Banrisul, além de Secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul.
O tio Moysés, filho homem mais velho do vovô e responsável pelo desenvolvimento da indústria, era um grande festeiro, característica comum aos 5 irmãos. Naquele dia, como o ilustre convidado era gaúcho, entendeu que nada seria mais apropriado do que levar a dupla de pai & filho para animar o churrasco.
No dia da festa os músicos se posicionaram na frente do galpão da churrasqueira e deram início ao vasto repertório de chulas, vanerões e toda espécie de música nativista.
Quando o Jorge Babot Miranda chegou, cumprimentou os sanfoneiros e perguntou ao Antônio:
– “Vocês sabem tocar as músicas do Teixeirinha?”
Olha, se existia uma pessoa alegre no mundo naquele momento, era o Antônio Werpachowski, que respondeu bem rápido:
– “Sabemos, sim senhor!”
E a visita desferiu:
– “Então, pelo amor de D-us, não toquem!”