A anedota me foi mandada como tendo acontecido no Rio Grande do Sul. Vou contar como me passaram, com o perdão de meus irmãos gaúchos (ou, eventualmente, para o deleite de alguns):

– na única agência bancária de uma cidadezinha no interior do RS, na época em que ainda não havia porta com detetor de metais, o bandido entrou no banco e deu voz de assalto. Fez os clientes encostarem na parede, entregou uma sacola ao único caixa e mandou colocar todo o dinheiro nela. 

Com a sacola e o revólver na mão, e sempre ameaçando as pessoas que estavam na agência, o ladrão gritou para um dos clientes:
– “Você aí, viu o que aconteceu aqui?“
– “Vi, sim senhor” – respondeu o homem. – “Até fiquei feliz que o senhor não machucou ninguém.“

Sem tirar o olho de todos, fez a mesma pergunta ao próximo:
– “E você aí, viu alguma coisa?“
– “Bom, eu vi que o senhor entrou, pegou o dinheiro do caixa e colocou aí nessa sacola.“

Imediatamente e sem pestanejar o assaltante atirou nos dois. Os que continuavam encostados na parede quase morreram de susto, especialmente os que estavam mais próximos, um senhor mais moço e uma idosa.

Olhando para eles o bandido perguntou:
– “E vocês, o que viram?“

Nesse momento o cara falou:
– “Eu não sou de me meter na vida dos outros e nem prestei atenção no que estava acontecendo. Só vim aqui para pegar a aposentadoria dela” – e apontou para a senhora. – “Mas vou lhe contar uma coisa: se tem gente que enxerga as coisas e sai contando prá todo mundo é essa mulher aqui, minha sogra.“