Todas as manhãs o CEO de um grande banco em Manhattan ia até a esquina onde um Engraxate atendia a clientela. O ritual era sempre o mesmo: ele sentava na cadeira, lia o Wall Street Journal e o homem fazia o seu trabalho, deixando os sapatos com uma aparência brilhante.
Normalmente os dois não conversavam, mais pela empáfia do banqueiro, mas um dia o humilde Engraxate quebrou o silêncio e perguntou ao CEO:
– “O que você acha da situação do mercado de ações?”
Sem sequer baixar o jornal para falar e nenhuma preocupação em esconder a arrogância, o Diretor perguntou:
– “Porque você está tão interessado nesse assunto?”
– “Tenho um milhão de dólares em seu banco” – respondeu o engraxate, e completou – “e estou pensando em investir parte do dinheiro na Bolsa”.
Mesmo achando aquilo um disparate e pensando que o homem estava brincando, o CEO quis saber:
– “Qual é o seu nome?”
– “Leonard Goldsmith” – respondeu o Engraxate.
Quando chegou ao banco o Diretor perguntou ao Executivo de Contas:
– “Temos um cliente chamado Leonard Goldsmith?”
– “Sim, temos” – respondeu o funcionário, acrescentando: – “E é um cliente muito importante. Ele tem um milhão de dólares na conta e já nos disse que pensa em diversificar os investimentos”.
Chocado com o que tinha acabado de ouvir, o homem saiu do escritório, andou até a banca do Engraxate e disse, já mudando o tratamento e o tom de voz:
– Sr. Goldsmith, peço que na próxima segunda-feira seja o convidado de honra de nossa reunião de Conselho e nos conte a história de sua vida. Tenho certeza de que teremos algo a aprender com o senhor”.
No dia da reunião, o CEO fez a apresentação do convidado:
– Muitos de nós conhecemos o Sr. Goldsmith, que faz nossos sapatos brilharem e nos dá provas de como um trabalho dedicado pode dar bons resultados. Além disso ele também é nosso estimado cliente, com um milhão de dólares em sua conta. Eu o convidei para nos contar sua experiência de vida e sei que todos nós poderemos tirar bons frutos de seu relato”.
O homem então começou sua história:
– “Vim para este país há cinquenta anos como um jovem emigrante da Europa com um nome judeu impronunciável. Saí do navio sem um tostão. A primeira coisa que fiz foi mudar meu nome para Goldsmith. Com fome e exausto, comecei a vagar em busca de trabalho, sem sucesso. Eu era apenas mais um jovem imigrante, sem falar a língua e sem nenhum parente aqui. De repente encontrei uma moeda na calçada e comprei uma maçã. Eu tinha duas opções: comer a fruta e saciar minha fome ou começar um negócio. Poli a maçã, vendi por dois dólares e comprei mais duas, que também vendi na hora. Fiz isso algumas vezes naquele dia e só quando já tinha alguns trocados no bolso comi uma maçã. Trabalhei assim algumas semanas e quando consegui acumular alguns dólares, comprei algumas latas de graxa e comecei a limpar sapatos, batendo de porta em porta e atendendo as pessoas em suas casas. Não gastei um centavo com diversão ou roupas, só comprava pão e queijo para sobreviver. Eu vivia como um monge, sempre juntando trocados. Depois de um tempo soube que um Engraxate aqui perto estava se aposentando e comprei o ponto dele com todo o material, o estoque de latas, o material de polimento, a poltrona, o toldo para trabalhar na chuva, tudo. Finalmente, um ano atrás, uma tia que era prostituta em Chicago morreu e me deixou alguns milhões de dólares. O que está aqui em seu banco é só uma parte”.
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