Eu estava fazendo compras em um supermercado e uma velhinha vinha atrás de mim. Percebi que na realidade ela estava me seguindo pelos corredores e gôndolas, empurrando seu carrinho já quase cheio, mas sempre sorrindo.
Se eu parava para pegar algum produto, ela também parava e sorria, era uma graça! Na fila do caixa, deixei-a entrar na minha frente com o carrinho abarrotado e ela agradeceu, dizendo:
– “Espero não tê-lo incomodado, mas você se parece muito com meu falecido filho…”
Aquilo me deu um nó na garganta, e respondi que não havia nenhum problema, e se isso a fazia ter boas lembranças, era o que importava.
– “Posso lhe pedir algo incomum?” Disse a senhorinha.
– “Sim, se eu puder lhe ajudar…” – respondi.
– “Quando sairmos daqui, você pode se despedir de mim dizendo ‘tchau, mamãe, nos vemos depois’”? Era assim que meu filho falava… Vou ficar muito feliz!”
– “Claro, senhora, farei isso com prazer” – eu disse, para alegria da velhinha.
A idosa passou suas compras pela caixa registradora, empurrou o carrinho cheio com certa dificuldade, voltou-se sorrindo e, agitando sua mão, disse:
– “Até depois, meu filho.”
Cheio de amor e encantado com ela, respondi carinhosamente:
– “Tchau, mamãe, nos vemos depois?”
– “Sim, com certeza, querido!”
Me senti feliz com a alegria que havia proporcionado à velhinha e percebi que ela me acenou antes de embarcar no carro que a aguardava. Enquanto isso, passei minhas compras.
– “R$ 988,00” – falou a moça do caixa.
– “Você está brincando, né?” – respondi. – “Tudo isso por um sabonete, duas pilhas e um desodorante?” – perguntei.
– “E as compras da sua mãe? Ela disse que o senhor pagaria!” – respondeu a funcionária.
Não vou dizer o que pensei da mulher!
One thought on “Para variar, uma piada que não é de judeu”
Muito bom o conto, desenrola com um sentimento é finaliza com.a decepção.