Aqui Está o Verdadeiro Dono de “Os Donos de Curitiba”

Ao longo dos últimos dias recebi 17 mensagens de WhatsApp (contadas agora) com o texto “Os Donos de Curitiba”. Todas elas são iguais e atribuem a autoria à mesma pessoa, já falecida.

O texto é ótimo e pensei em compartilhá-lo, mas não deu tempo. Quando fosse fazer isso iria pesquisar, como sempre faço, e provavelmente acabaria chegando ao verdadeiro autor, agora revelado.

O dono do texto é o extraordinário Dante Mendonça, o mais curitibano dos catarinas que o estado vizinho generosamente nos deu.

Não por coincidência ontem passei pelo dissabor de ver difundido material de meu Blog sem o devido crédito. O fato me aborreceu mais por envolver o trabalho de uma das minhas filhas e ter tido origem em ato de alguém que permitiu-se acessar a postagem e separar a imagem do texto, compartilhando-a em todas as redes.

Blogueiro e escrevinhador iniciante e tendo tido pouquíssimas experiências dessa natureza, imagino o quanto esse tipo de coisa atinge um artista da expressão do Dante Mendonça, de cuja amizade tenho a honra de privar há décadas.

Para ajudar a restabelecer a verdade e como singela homenagem ao Dante, copio texto que ele acaba de publicar no Facebook:

PIRATARIA / Minha crônica sobre “Os donos de Curitiba” foi publicada na Gazeta do Povo de 07/11/2013 e, desde então, está sendo reescrita e compartilhada com varias modificações, principalmente no final do texto. E pior: vem sendo assinada por muitos “autores”. Nada contra que se faça uma releitura da crônica, mas pelo menos gostaria de ganhar o credito. 
Como registro da pirataria, segue abaixo o texto original.


OS DONOS DE CURITIBA

Curitiba tem e teve vários donos. Assim como Dalton Trevisan é o dono da palavra escrita, Luiz Geraldo Mazza o dono da palavra oral, Celso Freire o dono da cozinha, Alex o dono da bola, Petraglia o dono da Arena da Baixada e Jaime Lerner o dono dos cartões-postais da cidade, Ney Braga foi o dono do poder, Avelino Vieira foi o dono do dinheiro, Hermes Macedo o dono das lojas, Evangelino da Costa Neves o dono do Alto da Glória, Joffre Cabral e Silva o dono do Furacão e, por baixo dos panos, dono da boate Gogó da Ema.

Dono da noite foi Paulo Wendt, o gigante da boate Marrocos – 120 quilos e 1,80 metro de altura – que morreu com um tiro dentro de seu próprio palácio de mil e uma dançarinas; João de Pasquale foi o dono da praia, lá no Passeio Público; Ligeirinho foi o dono do Stuart; Queixinho foi o dono do Bar Botafogo; e Odil Ribeiro foi o dono do Ao Distinto Cavalheiro. Dono da feijoada foi o Onha, Leonardo Werzbitzki, da lendária Feijoada do Onha; dono do Tipiti-Dog foi João Paulo de Oliveira Mello, pioneiro do x-salada; assim como Júnior Durski é hoje o dono do Madero; dona Flora Madalosso a senhora de Santa Felicidade, assim como Francisco Urban é o dono dos peixinhos da Mateus Leme e Délio Canabrava é dono da Rua Itupava.

Dono da Assembleia Legislativa era o Aníbal Cury, assim como hoje o Valdir Rossoni é dono da caneta; dono do bairro do Xaxim era o vereador João Claudio Derosso, assim como o vereador Paulo Salamuni é hoje o dono da Praça Eufrásio Correia; dono do Bigorrilho e das Mercês era Frei Pio, assim como o padre Gabriel Figura é hoje o dono da Igreja dos Passarinhos; dono da poesia era Emiliano Perneta, como Paulo Leminski ainda é; dono do Tribunal era o advogado Vieira Netto, assim como hoje o jurista René Ariel Dotti é o dono da banca.

Dono da Boca Maldita era o Anfrísio Siqueira, assim como o Zé da Bíblia hoje é o dono do Centro Cívico; dono da Sociedade Operária era o Tatu, assim como o presidente do Graciosa Country Club é João Carlos Ribeiro; dono das licitações era o Cecílio Rego Almeida, assim como o Joel Malucelli é hoje; dono da orquestra era o Genésio, assim como o Beppi era o dono dos solistas e o Saul é o dono do pistom; Gilda era dona da Rua das Flores, assim como Oswaldinho era a rainha da Praça Osório e o figurinista Ney Souza era o rei das passarelas; o contraventor Adolfo Becker era o rei do jogo do bicho, assim como o Afunfa era o dono do Zoológico.

Assim como Erondy Silvério era o dono das lotações, quem será agora o dono do metrô? E quem adivinhar quem é o dono das empresas de ônibus de Curitiba ganha um vale-transporte do Donato Gulin.

A postagem no Facebook do Dante Mendonça pode ser acessada aqui:
https://www.facebook.com/dante.mendonca/posts/1570284276426912


Imagem: curitibaneando.wordpress.com

 

 

 

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