REVISÃO DE ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 12/10/2017

Há pouco mais de dois anos minha mulher e eu estivemos em Auschwitz-Birkenau, o lugar que guarda a mais trágica e vergonhosa página da história da humanidade.

A foto que ilustra esta postagem foi tirada por mim.

Fomos também a Majdanek e Treblinka, outros dois campos de Extermínio, como parte do meu propósito de visitar todos eles. 

Cada lugar desses é único. São diferentes na contabilidade do horror, mas são igualmente importantes na compreensão do que foi o Holocausto, não importando quantas pessoas tenham sido assassinadas em cada um.

Mas Auschwitz-Birkenau tem destaque por ser o Campo onde foram exterminados entre 1,1 e 1,5 milhões de seres humanos, a maioria judeus.

Não há como exprimir o sentimento que invadiu nossas mentes e nossos corações quando estivemos lá.

Na saída de Birkenau, o Campo auxiliar de Auschwitz, a Rosane, minha mulher, ficou paralisada pelo pranto, após ter se dado conta da dimensão do terror que foi vivido ali.

Só depois de algum tempo conseguimos entrar no ônibus que nos levaria à Auschwitz, onde estava estacionado nosso carro.

Ontem foi anunciado que uma carta escondida pelo judeu grego Marcel Nadjar em 1944 em Auschwitz-Birkenau, encontrada em 1980, teve agora seu conteúdo revelado na quase totalidade. Isso só foi possível após muito trabalho e o emprego de técnicas modernas de tratamento de imagem. 

Nadjar jamais mencionou ter escrito a carta até falecer em 1971, bem antes antes que fosse encontrada. Outros 4 prisioneiros também esconderam um total de 9 depoimentos, mas ele foi o único a sair vivo.

Na narrativa ele revela detalhes da miséria e sofrimento que presenciou a partir de 1944, quando foi internado. A certa altura diz “Todos nós sofremos coisas aqui que a mente humana não pode imaginar”.

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