Há mais de 50 anos a proximidade do mês de fevereiro me angustia. É uma época de tristeza profunda, de saudade e introspecção.

No dia 7 de fevereiro de 1965 meus pais e minhas duas irmãs menores faleceram em acidente de automóvel na estrada São Paulo-Curitiba.

Desde então as circunstâncias da morte deles me fazem refletir sobre a fragilidade da vida, o acaso, o fator que determina o cessar dos sonhos, o abandono das esperanças, a saudade dos que ficam.

Somente isso poderia explicar porque as pessoas que esperávamos para o almoço naquele domingo jamais chegaram.

Desde então ficaram as lembranças que não se apagam nunca: as notícias desencontradas sobre o acidente, a expectativa, o velório, a imagem da avó sentada ao lado dos caixões, o enterro e o som abafado da terra jogada sobre eles.

O passar do tempo e a superação da idade que meus pais não atingiram me fez perceber a dimensão da tragédia que os levou tão cedo. É minha missão, assim, enquanto D-us permitir, registrar a cada 7 de fevereiro a passagem deles pelo mundo.

Última foto da família, em novembro de 1964
Gilce Guelmann, nascida em 16/05/1956;
Gisele Guelmann, nascida em 19/03/1953;
Selda Guelmann, nascida em 16/02/1925; e
Isaac Guelmann, nascido em 19/02/1923. 

Na foto também estamos Gilberto, meu irmão mais velho, Gilson, mais novo, e eu.