Dª Maria, uma senhora de 86 anos, conversava com o filho, já nos seus 64 anos:
– “Bebê…”
– “Sim, mamãe, diga“.
– “Estou pensando em marcar um jogo de baralho com as meninas e preciso que você me ajude a organizar tudo“.
– “Claro, mãe, pode marcar, eu vou te ajudar no que precisar“.
– “Ajudar no que?”
– “Na reunião com tuas amigas, mãe“.
– “Ah, sim, tinha esquecido“.

Na noite anterior ao encontro “Bebê” levou a mãe até a cozinha, mostrou onde estavam todas as coisas que havia providenciado e uma lista que colocou na porta da geladeira, com a sequência:
1 – Servir café
2 – Servir sanduíches
3 – Servir suco
4 – Servir docinhos.

Dª Maria, feliz, agradeceu:
– “Obrigado, Bebê. Assim eu não vou esquecer de nada“.

No dia seguinte as “meninas”, nenhuma abaixo dos 80, chegaram e se acomodaram para um jogo de tranca.

Dª Maria, boa anfitriã, lembrando que precisava servir alguma coisa, foi até a cozinha e viu a lista deixada pelo filho:
– “1 – Servir café“.
E levou café para as amigas.

Depois de algum tempo de jogo e conversa, Dª Maria, nervosa, voltou à cozinha e leu novamente:
“1 – Servir café“.
E lá foi ela com mais café.

E assim foi por mais 4 vezes, até que as amigas foram embora.

Já no táxi, uma delas disse para outra:
– “Pepa, você viu? A Maria está pior do que nós. Não nos ofereceu nada, nem mesmo um café!”
– “Maria? De que Maria você está falando?“

No final da tarde o filho voltou para casa e se surpreendeu vendo que os sanduíches, sucos e doces nem foram mexidos:
– “Mãe, o que aconteceu? Porque a senhora não serviu as outras coisas?“

E a idosa respondeu:
– “Você acredita que as meninas não vieram?“

Foto: Yaroslav Shuraev – Pexels