Que Tal Uma Pílula Em Vez da Cirurgia Bariátrica?

Pacientes que pretendem submeter-se à cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como “redução de estômago” têm agora uma alternativa, como mostra a revista Veja.

Eu sou pós-operado da cirurgia convencional, pela técnica Fobi-Capella, há quase 19 anos.

Fui operado aqui em Curitiba pelo Dr. João Batista Marchesini, um cirurgião excepcional e figura humana ímpar. De lá para cá surgiram vários outros métodos, mas a minha recomendação é uma só: procurar um profissional criterioso e experiente e cercar-se de todos os cuidados.Como toda cirurgia, a bariátrica apresenta riscos e a escolha do médico é primordial.

Transcrevo a matéria da Veja: 

Pílula oral promete efeitos de cirurgia bariátrica

Estudos clínicos realizados nos Estados Unidos e na Europa mostraram que a pílula funciona e reduz até 8 quilos em 12 semanas

 

Recentemente, um vídeo começou a circular na internet revelando uma pílula que ao ser ingerida, se transforma em um balão gástrico e teria efeito semelhante ao da cirurgia bariátrica. Parece fake news? Mas não é! Segundo o serviço nacional de saúde do Reino Unido (NHS), a funcionalidade da pílula foi comprovada em um estudo realizado com 119 pacientes – em sua maioria mulheres.

O dispositivo é capaz de reduzir o volume do estômago e, consequentemente, a quantidade de alimento ingerido, colaborando com a perda de peso. Segundo especialistas, a medicação pode ser um método menos invasivo – em comparação com a cirurgia – capaz de controlar o peso em indivíduos com índice de massa corporal (IMC) elevado. A pílula também pode ser uma alternativa para pacientes obesos com comorbidades, como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia (níveis de colesterol altos). A existência de outras doenças é uma das condições analisadas antes da cirurgia bariátrica.

Critérios

Para ser considerado, um candidato à bariátrica, o paciente deve ter entre 18 e 65 anos, IMC igual ou superior a 40 kg/m² (com ou sem comorbidades) ou entre 35 e 39,9 kg/m², com comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, que melhoram quando a obesidade é tratada. Outra exigência é ter falhado no tratamento clínico realizado por pelo menos dois anos.Além disso, a pessoa não pode apresentar algumas situações específicas, como limitação intelectual, distúrbios psiquiátricos e etilismo atual ou recente.

No caso da pílula – que foi aprovada indivíduos com sobrepeso ou obesidade pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) em 2014 –, a recomendação é para para pessoas com IMC de 27 acima que não tenham conseguido perder peso através de dieta e exercício.

 ‘Pílula bariátrica’

De acordo com o NHS, a pílula é composta por três balões leves que são colocados no estômago ao longo de 12 semanas. O número de balões usados ​depende do progresso da redução de peso: inicialmente apenas um balão é inserido, com adições posteriores a cada 30 dias, se necessário. O balão é ligado a um pequeno tubo que é usado para inflá-lo no momento em que chega ao estômago; em seguida ele é inflado com gás através de um tubo removível. Informações da Obalon, fabricante do produto, o procedimento leva cerca de 15 minutos e não é necessária sedação ou anestesia.

“Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas indicações da pílula-balão podem sim serem beneficiados. De modo geral, esse balão se apresenta como uma alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos”, explicou Marcos Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês de São Paulo.

Durante o período de pesquisa, pouco menos da metade recebeu um segundo balão e outros seis um terceiro. A taxa de abandono foi de 7,6%, com 110 participantes completando pelo menos oito semanas de tratamento. A fabricante apontou que as mulheres obtiveram uma redução média de 8 quilos – o que representaria aproximadamente 50% da perda excessiva de peso. Esses resultados são semelhantes aos da cirurgia bariátrica, que resulta em 50% a 70% de redução.  Segundo o jornal britânico The Guardian, Helene Fleckney, paciente que utilizou a pílula, relatou que o medicamento realmente a ajudou na luta contra a balança. “Eu ainda não estou completamente no processo de tratamento e já perdi 6 quilos”, disse. 

Já Sally Norton, especialista em perda de peso, ressaltou que o produto tem efeitos colaterais mínimos, de fácil instalação e muito bem tolerado . “Ele dá aos pacientes um aumento inicial de perda de peso, mas também ajuda a mudar o comportamento alimentar, necessário para a perda de peso a longo prazo”, explicou ao The Guardian. Assim como na cirurgia bariátrica, o uso da pílula deve ser associado a uma boa alimentação e a prática de atividade física.

Riscos

No ensaio clínico, cerca de um em cada dez participantes relatou náusea, 6,7% relataram vômito e 7,6% solicitaram a remoção precoce dos balões, mas nenhuma complicação séria foi registrada. Apesar disso, profissionais de saúde recomendam o acompanhamento constante dos pacientes durante as 12 semanas para que seja possível detectar possível complicações, como: deflação do balão, que pode resultar em obstrução intestinal; refluxo, indigestão, dor de estômago e cólicas, prisão de ventre, diarreia, inchaço, úlcera gástrica e lesão no estômago ou esôfago. 

“Por tratar-se de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar quadros importantes e de risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões”, comentou Belotto. O medicamento não é indicado para indivíduos com distúrbios gastro-esofágico, diabetes tipo 1 e mulheres que estão grávidas (ou pretendem engravidar) ou estejam amamentando.

Além disso, o Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido alertou que a pílula não deve ser utilizada em altitudes superiores a 660 metros acima do mar já que menor pressão atmosférica pode resultar em inflação excessiva do balão. 

A matéria da Veja pode ser acessada aqui.

Para informações sobre as modalidades de cirurgias bariátricas sugiro conhecer o site da Clínica do Dr. Marchesini, clicando aqui.

Recomendo também o Dr. Daniel Dantas Ferrarin, cujo trabalho pode ser conhecido por este site ou pela página do Facebook.  

O vídeo abaixo é da empresa que desenvolveu a nova técnica e não faz parte da matéria de revista.

One thought on “Que Tal Uma Pílula Em Vez da Cirurgia Bariátrica?

  • CAETANO

    Infelizmente este método ainda não irá substituir a cirurgia bariátrica (nem de perto). Trata-se de um novo balão intragástrico que já tem no Brasil desde dezembro de 1999 quando implantei o primeiro do Brasil. A perda média de peso varia entre 15 e 20 kg, depois de 4 meses ele é expelido. Mas pode ser mais uma ferramenta no tratamento do sobrepeso e obesidade grau I .

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