Soneto do Amor Total – Vinicius de Moraes

SONETO DO AMOR TOTAL

Rio de Janeiro , 1951

Amo-te tanto, meu amor… não cante 
O humano coração com mais verdade… 
Amo-te como amigo e como amante 
Numa sempre diversa realidade Amo-te afim, de um calmo amor prestante, 
E te amo além, presente na saudade. 
Amo-te, enfim, com grande liberdade 
Dentro da eternidade e a cada instante. 

Amo-te como um bicho, simplesmente, 
De um amor sem mistério e sem virtude 
Com um desejo maciço e permanente. 

E de te amar assim muito e amiúde, 
É que um dia em teu corpo de repente 
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes
 Marcus Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro (RJ), 19/10/1983 – 9/7/1980

 

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