Três na Quarta de Humor Judaico

O Casal Judeu, o Árabe Solícito, o Relógio e o Camelo
Davi e Sara estavam fazendo um tour por Israel.
Quando desceram do ônibus para visitar uma cidade, Sara, que havia marcado hora para ligar para os filhos, perguntou:
– Davi, que horas são?
Ele olhou para o pulso e respondeu:
– Puxa, esqueci o relógio no hotel.
Logo adiante, viram um árabe envolto em um burnus¹, sentado tranquilamente à sombra de seu camelo.
Davi foi até ele e perguntou:
– Com licença, o senhor saberia me dizer as horas?
O árabe inclinou-se, levantou os testículos do camelo com a mão e disse:
– Duas e quinze.
Davi voltou para junto de Sara e comentou:
– Você viu isso?
– Vi! – ela respondeu. – Que coisa mais estranha!
Para confirmar, Davi perguntou a outro turista as horas.
– Duas e quinze – respondeu o homem.
Mais tarde, depois de rodar um pouco pela cidade, o casal voltou ao mesmo lugar. O árabe ainda estava lá, à sombra do camelo.
Sara cochichou:
– Pergunta de novo!
Davi se aproximou e perguntou:
– Desculpe incomodar, mas o senhor poderia me dizer as horas?
O árabe repetiu o gesto, levantou os testículos do camelo e respondeu:
– Três e quarenta e oito.
Davi, maravilhado, exclamou:
– Incrível! A antiguidade ensinou ao seu povo a saber as horas apenas pelo peso dos testículos do camelo?
O árabe olhou para ele, meio confuso, e respondeu:
Não! Quando levanto os testículos, consigo ver a torre do relógio!


Enquanto isso, no Hospital Israelita…
Sidney, um senhor de quase oitenta anos, abriu os olhos e viu uma bela enfermeira de branco olhando para ele.
– Onde estou? — perguntou.
– O senhor está no Hospital Cedars-Sinai, Sr. Green – respondeu ela. – O senhor sofreu um grave acidente de carro há quatro dias e ficou inconsciente desde que chegou. A colisão foi realmente grande, mas não se preocupe: está em um ótimo hospital, mantido pela comunidade israelita da qual o senhor faz parte. Temos o melhor médico cuidando do senhor.
– Quatro dias, é? – disse Sidney. – Então não é de admirar que eu esteja morrendo de fome! Traga um sanduíche de pastrami quente no pão de centeio, com mostarda escura, um pepino em conserva bem verdinho e umas latkes² de acompanhamento.
A enfermeira, acostumada a tratar desse tipo de situação, sorriu com paciência:
Sinto muito, mas o seu médico determinou que o senhor não pode comer nada sólido. Está sendo alimentado por via retal. Está vendo aquele tubo grande ali? Se seguir com o olhar, vai notar que ele está… digamos… inserido na sua parte de trás.
Sidney pensou por um instante e respondeu com a naturalidade conferida pela idade:
Bem, se este é realmente o melhor hospital, com o melhor equipamento, então, por favor, traga-me dois tubos a mais amanhã. Assim, poderei convidar a senhora e o meu médico para almoçar comigo!


A Lua de Mel e a Memória Curta
Como seu novo marido era bem mais velho – na realidade, ambos já estavam no terceiro casamento – , Rivka decidiu que, depois da cerimônia, ela e Shlomo deveriam dormir em quartos separados.
Como era um pouco mais jovem, tinha receio de que o idoso marido se esforçasse demais se passassem a noite toda juntos.
Terminada a festa, Rivka se preparou para dormir, à espera da provável batida na porta. E não demorou:
Toc-toc!Era Shlomo, pronto para a ação.
Eles se uniram como um só; tudo correu às mil maravilhas (para espanto da noiva) e logo o marido se despediu com um beijo e voltou para o quarto dele.
Poucos minutos depois, nova batida.
Toc-toc! – Era Shlomo outra vez, cheio de energia.
Rivka, um pouco surpresa, aceitou, e o casal repetiu a façanha. Ao final, ele tornou a beijá-la, desejou boa noite e saiu.
Rivka já estava quase dormindo quando ouviu novamente:
Toc-toc!
Abriu os olhos e viu Shlomo de novo — fresco como um rapaz de vinte e cinco anos!
– Uau, Shlomo! – disse ela, maravilhada. – Você é incrível! Eu estava preocupada que, com sua idade, se cansasse rápido… mas já voltou outra vez?
Shlomo olhou para ela, intrigado, e respondeu:
Voltar? Como assim? Eu já estive aqui antes?


¹ Burnus: manto tradicional usado em alguns países árabes.
² Latkes: panquecas de batata típicas da culinária judaica. 


Foto: Unsplash

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