Morris Schwartz e o Jejum de Yom Kippur

Faltavam algumas horas para o término do Yom Kippur (∗), e num intervalo entre as orações, o Rabino Menzies viu que Morris Schwartz, um dos membros da congregação, estava se aproximando.

A aparência de Morris não era boa: com o rosto pálido e os olhos vermelhos, ele parou na frente do Rabino, suando e sem fôlego:
– “Por favor, Rabino, eu preciso de um gole de água. Estou com muita sede e desidratado. Tentei manter o jejum, mas não aguento mais”.

Apesar de já ter passado por situações semelhantes, o Rabino Menzies ficou atônito e respondeu:
– “Você não percebeu o que está pedindo? Hoje é o Yom Kippur, quando jejuamos e imploramos por perdão, e você, um homem saudável, vem até mim e me diz que quer beber e quebrar o jejum? Seja forte e não desista!”

Em lágrimas, Morris disse:
– “Por favor, Rabino, apenas um pequeno gole. Eu não tenho como aguentar!”

O Rabino Menzies, um homem sensível, se sentiu tocado pelo sofrimento de Morris. Após pensar um momento, e condoído com a situação, chamou seu assistente e disse:
– “Dê ao Morris uma colher de chá de água”.

Após tomar a colher de água pareceu que a sede de Morris piorou. Chorando e num tom de voz desesperado, ele falou:
– “Por favor, por favor! Eu tenho que tomar uma bebida de verdade ou vou morrer!”

Embora não quisesse fazer isso, mais uma vez o Rabino chamou o assistente e pediu que desse à Morris um copo cheio de água.

O homem tomou tudo de uma só vez, limpou a boca com o lenço e disse:
– “Obrigado, Rabino! Eu nunca mais vou comer arenque salgado no café da manhã do Yom Kippur!”

(∗) o Yom Kippur ou Dia do Perdão é o mais importante feriado judaico; é celebrado no décimo dia de Tishrei (entre setembro e outubro), é dedicado à contrição, às orações e ao jejum, como demonstração de arrependimento e expiação, em busca do perdão divino e de felicidade no ano que se inicia. (Wikipédia)

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Foto: Mogens Petersen – Pixabay 

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